Por Simone Santos
As operações de compra e venda de ativos comerciais – galpões e escritórios – tiveram expressivo crescimento, em 2024, como aponta levantamento realizado pela Binswanger Brazil. Mesmo com os juros em alta e incertezas relacionadas à inflação, a possibilidade de obtenção de renda por meio de locação continua a chamar a atenção de investidores de olho nas possibilidades de ganhos do curto até o longo prazo.
No segmento de galpões, o valor registrado chegou a R$ 3,932 bilhões no ano passado, com incremento de 141% ante o total de R$ 1,629 bilhão registrado em 2023, de acordo com a pesquisa da Binswanger. O preço médio por metro quadrado vendido foi de R$ 3.476,14, com expansão de 51,7%, refletindo tanto a demanda por ativos quanto a negociação de produtos mais eficientes e melhor localizados.
Houve 30 operações de galpões, em 2024, com aumento de 76,5% na comparação anual, o que indica também que proprietários estão reciclando os ativos que consideram já ter completado os respectivos ciclos e que compradores buscam melhorar a qualidade de seus respectivos portfólios. Existe demanda, principalmente, por empreendimentos localizados nas proximidades dos grandes centros urbanos.
No ano passado, a área comercializada de galpões somou 1.202.555 metros quadrados, ante 784.632 metros quadrados em 2023, segundo o levantamento da Binswanger.
O ranking dos vendedores foi liderado por LOG Commercial Properties; XPLG11, da XP Asset; GLP – Global Logistic Properties; RB Asset; Alianza Investimentos Imobiliários; Bresco Investimentos; Celula Empreendimentos; Grupo Rojemac; HGLG11, do Pátria; e Brookfield.
Na ponta vendedora, os destaques foram Brookfield; CY Capital; Vinci Logística; Alianza Investimentos Imobiliários; BTG Pactual Logística FII; Bresco Investimentos; Log Commercial Properties; XPLG11, da XP Asset; fundo de logística da RBR e Grupo Rojemac.
Por enquanto, foi fechada uma venda de galpões, neste ano, no valor de R$ 313.350.000, com área de 110.053 metros quadrados e preço médio de R$ R$ 2.847,27 por metro quadrado. O segmento de galpões atrai inquilinos de diversos setores, com destaque para empresas de comércio eletrônico, do varejo, indústrias farmacêuticas, de alimentos e bebidas, e operadores logísticos.
Compra e venda de escritórios
No segmento de escritórios comerciais, o levantamento da Binswanger mostra 16 operações de compra e venda em 2024, ante 15 transações em 2023. No ano, o total movimentado com essas transações avançou 50%, para R$ 3,720 bilhões. O preço médio por metro quadrado negociado foi 40,5% maior do que de 2023, chegando a R$ 33.619,27.
Durante a pandemia de covid-19, a ocupação efetiva de escritórios despencou por conta da necessidade de isolamento das pessoas. Diferentemente do que os mais catastróficos esperaram, isso não significou devolução em massa das áreas.
Desde o fim do surto de covid, a ocupação de escritórios vem crescendo, assim como o espaço entre as estações de trabalho e a destinação de áreas para salas de reuniões e descompressão.
No mercado paulistano – o maior do país –, as regiões prioritárias registram baixas taxas de vacância e pressão de preços de locação. As regiões secundárias vivem um momento menos aquecido, mas devem puxar as ocupações em 2025 por conta da diferença de preços em relação aos mercados premium.