Os valores médios de locação de escritórios comerciais dos padrões A e AA da cidade de São Paulo atingiram seu maior patamar, no quarto trimestre, refletindo a retomada, cada vez maior, dos modelos de trabalho presencial e híbrido, além da baixa vacância das regiões mais demandadas do principal mercado imobiliário do país. O preço geral médio pedido por metro quadrado ficou em R$ 116,49, superando em 5,4% os R$ 110,49 do terceiro trimestre, conforme levantamento da Binswanger Brazil.
Para 2025, a consultoria espera crescimento da demanda, com busca de inquilinos por áreas maiores, ao mesmo tempo em que há previsão de entrada de volume pequeno de novo estoque de edifícios comerciais no mercado. O preço médio pedido estimado para empreendimentos de padrão A+ é de R$ 121,52 por metro quadrado. Se confirmado, o valor representará acréscimo de 4,3%. A taxa de vacância tende a diminuir, puxada por contratações na Zona Descentralizada da capital paulista, considerando-se que a oferta de escritórios na Zona Centralizada já é baixa.
Nas organizações, o modelo híbrido de trabalho tem ganhado participação, com aumento do número de dias com presença nos escritórios e redução do “home office” – algumas empresas têm optado até por não permitir que os funcionários trabalhem de forma remota. A retomada maior da presença de empregados nas companhias fomenta a procura por áreas de empreendimentos comerciais.
O mercado de São Paulo vive um momento mais favorável aos proprietários do que aos inquilinos nas áreas de escritórios consideradas premium. As regiões da Faria Lima, do Itaim Bibi e dos Jardins lideram o ranking dos valores, de acordo com a Binswanger. No período, o preço médio por metro quadrado da Faria Lima – endereço comercial mais cobiçado do mercado paulistano – foi de R$ 237,93.
Dos cinco empreendimentos com maior valor pedido por metro quadrado no quarto trimestre, a região da Faria Lima respondeu pelas primeira, segunda e quinta colocações, com o Platinum Office (R$ 380), o FLFC – Faria Lima Financial Center (R$ 330) e o Birmann 29 (R$ 300), respectivamente. No terceiro e no quarto lugares, estão o Union Faria Lima (R$ 317,06) e o JHA Corporate Boutique (R$ 315,00), localizados na região do Itaim.
Vale destacar que o valor médio pedido ficou em R$ 216,75 no Itaim. Na sequência, estão Jardins (R$ 175,00) e Pinheiros (R$ 132,30). Marginal Oeste e Vila Olímpia também têm preço pedido superior ao da média de São Paulo, com valores de R$ 131,67 e R$ 123,10, respectivamente. Por outro lado, há regiões com preços pedidos por metro quadrado considerados baixos, como Chucri Zaidan (R$ 87,73), Berrini (R$ 83,47), Marquês de São Vicente (R$ 67,72), Chácara Santo Antonio (R$ 63,00) e Santo Amaro (R$ 25).
A demanda por escritórios comerciais elevada se reflete na redução da vacância. A taxa que mede os espaços vagos em relação ao total fechou o ano passado em 19,3%, praticamente estável ante os 19,2% do terceiro trimestre e abaixo dos 21,5% de 2023, conforme a Binswanger. Foi o menor patamar desde 2020, quando o indicador estava em 18,5%. Na Faria Lima, a vacância ficou em apenas 7,6%, no último trimestre de 2023, de acordo com o levantamento.
Embora no pós-pandemia de covid-19, a valorização por parte dos funcionários da flexibilidade de onde trabalhar tenha crescido, recentemente, a exigência dos contratantes de presença das pessoas nos escritórios para reforço da cultura organizacional voltou a aumentar. Para elevar a atratividade das atividades presenciais, empresas seguem apostando em áreas de descompressão e em mais metros quadrados por posto de trabalho na comparação com antes do período de isolamento.
De outubro a dezembro, houve absorção líquida – contratações menos devoluções – de 48,8 mil metros quadrados, segundo a Binswanger, ante 79,6 mil metros quadrados no terceiro trimestre. A diferença se deve à sazonalidade. Faria Lima liderou a absorção de escritórios, com 13,6 mil metros quadrados. Chucri Zaidan e Berrini responderam, respectivamente, por 10,4 mil metros quadrados e 12,4 mil metros quadrados.
De outubro a dezembro, foram entregues 65 mil metros quadrados – 50 mil metros quadrados desse novo estoque do período se concentraram na região de Pinheiros.