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Disponibilidade de galpões no Centro-Oeste segue muito aquém da necessidade

Por Nilton Molina*

O Centro-Oeste – principal região produtora de grãos do Brasil – tem grande demanda de galpões para armazenagem e escoamento de seus produtos agrícolas, mas possui volume de empreendimentos ainda muito aquém de sua necessidade. E, apesar da expansão registrada nos últimos anos, a participação dos empreendimentos da região no estoque total do país segue muito pequena, abaixo de 1%.

Entre 2016 e 2022, enquanto o estoque brasileiro de galpões cresceu 56%, para 23,53 milhões de metros quadrados, o do Centro-Oeste teve expansão de 113%, para 219 mil metros quadrados, segundo levantamento realizado pela Binswanger. Em 2016, a participação da região no estoque brasileiro desses empreendimentos correspondia a 0,68%, parcela que aumentou para 0,93% dois anos atrás.

Na mesma base de comparação, o valor da produção agrícola do Centro-Oeste cresceu 264%, para R$ 302,02 bilhões, e a área plantada teve incremento de 30,9%, para 33,820 milhões de hectares. Fica clara, aqui, a aposta em aumento da produtividade das lavouras da região, à medida que o valor gerado se expandiu muito mais do que a área destinada ao cultivo.

Mas nem de longe esse investimento se estendeu, da mesma forma, a galpões para armazenagem e escoamento de grãos.

Em 2023, houve um déficit de quase 84 milhões de toneladas, considerando-se a produção estimada de cerca de 162 milhões de toneladas e a capacidade estática de armazenagem de pouco mais de 78 milhões de toneladas, segundo a Câmara Setorial de Equipamentos para Armazenagem de Grãos (CSEAG) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Essa capacidade estava distribuída em 49,2 milhões de toneladas em Mato Grosso, em 16,3 milhões de toneladas em Goiás e em 12,6 milhões de toneladas no Mato Grosso do Sul, de acordo com a CSEAG. Já a defasagem ficou em 51,9 milhões de toneladas no Mato Grosso, seguida por 16,4 milhões de toneladas em Goiás e 15,4 milhões de toneladas no Mato Grosso do Sul no ano passado.

Apesar da demanda de locais para depósito e conservação de produtos agrícolas, a maior parte dos projetos da região tem como inquilinos empresas do setor de transporte e logística, o que evidencia ainda mais que as necessidades de empreendimentos para o agronegócio não estão sendo atendidas.

Vale lembrar que os principais focos de destinação de recursos dos grandes participantes do mercado de galpões continuam sendo as regiões Sudeste e Sul, seguidas pelo Nordeste. Parte do consumo do Centro-Oeste é abastecido por galpões do noroeste do Estado de São Paulo.

Dos empreendimentos da região, apenas dois possuem áreas vagas, conforme pesquisa da Binswanger. Um deles, desenvolvido pela Log Commercial Properties, foi entregue em dezembro, e está 80% locado, segundo o presidente da companhia, Sergio Fischer.

A Log tem projetos em curso em Cuiabá, Campo Grande, Goiânia e Brasília. Por se tratarem de cidades de porte considerável, têm volume grande de consumo, que justifica a aposta em galpões, de acordo com Fischer. Os empreendimentos em operação atendem a produtos de todos os setores e já armazenaram sacas de grãos.

A Log, assim como boa parte das desenvolvedoras de galpões, não está presente no segmento de grandes silos. O levantamento realizado pela Binswanger se concentra em galpões tradicionais, sem incluir silos.

A armazenagem de grãos no Centro-Oeste é um dos principais gargalos na produção agrícola para a continuidade do crescimento do agronegócio brasileiro. Reiteramos a necessidade de modernização e ampliação do parque de galpões brasileiros, incluindo os destinados à essa finalidade.

O Estado do Mato Grosso produz os maiores resultados da agricultura no Brasil. Em 2022, a área plantada no estado era de 19,166 milhões de hectares, ou seja, 32% acima da registrada em 2016. O valor de produção das lavouras somava R$ 174,8 bilhões, com crescimento de 300% ante 2016.

Da área plantada do Centro-Oeste, Mato Grosso respondia, há dois anos, por 57%, Mato Grosso do Sul, por 23%, e Goiás, pelos demais 21%. Em 2016, as participações eram de 56%, 25% e 19%, respectivamente.

 

*Nilton Molina é sócio-diretor da Binswanger Brazil

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