Por Simone Santos*
Os aluguéis de escritórios comerciais dos padrões A+ e A da região da Barra Funda, na zona Oeste de São Paulo, atingiram, no segundo trimestre, o maior preço pedido desde o fim de 2019 e a menor vacância em mais de um ano, conforme levantamento da consultoria Binswanger. Tem havido mais demanda por espaços corporativos na região, diante da baixa oferta nos mercados prioritários da capital paulista nos últimos trimestres, aliada a valores mais competitivos na Barra Funda em relação a outras regiões da cidade.
De abril a junho, o preço médio pedido por metro quadrado de empreendimentos comerciais da Barra Funda ficou em R$ 72,32. Isso representa aumento de 5,3%, na comparação anual, e alta de 0,8% em relação ao primeiro trimestre de 2024. No quarto trimestre de 2019, antes da pandemia de covid-19, a média de valor por metro quadrado chegou ao recorde da região, de R$ 80,28.
A vacância dos escritórios da Barra Funda continua elevada, no patamar de 39%, mas tem apresentado sucessivas quedas, de acordo com o levantamento da Binswanger. No segundo trimestre de 2023, a parcela de espaços vagos em relação à área total de escritórios da Barra Funda alcançou o patamar máximo, de 46%. Desde então, caiu para 45% e 42%, respectivamente, no terceiro e no quarto trimestres do ano passado, e para 40% nos três primeiros meses de 2024.
Entregue em 2021, o Led Corporate responde pela maior área privativa da região concentrada em uma única torre, de 29,4 mil metros quadrados. No fim do segundo trimestre, a vacância do prédio corporativo correspondia a 86%. No empreendimento Brasília Office Square – erguido no terreno onde funcionou o Playcenter –, um dos edifícios tem 70,4% de áreas vagas, enquanto o outro 80,6% do total desocupado.
Potenciais inquilinos estão voltando a prestar atenção em algumas vantagens da região, o que tende a contribuir para redução da vacância dos prédios. A Barra Funda possui o principal hub de transporte da cidade de São Paulo. O Terminal Palmeiras – Barra Funda conecta os modais ônibus urbano, metrô e trem, além de rodoviária interestadual. A região conta também com ampla oferta de comércio e serviços dos shopping centers Bourbon e West Plaza.
Entre 2010 e 2019, o estoque de escritórios da região cresceu 456%, passando de 35 mil metros quadrados para 197 mil metros quadrados, segundo o levantamento da Binswanger. Na sequência, vieram os dois anos do surto de covid-19, com aumento expressivo do volume de devoluções de imóveis, o que resultou na disparada da vacância. Mas foi em 2022 que o preço pedido por metro quadrado locado caiu para o menor valor já registrado, de R$ 68,38.
Atualmente, a Barra Funda tem estoque de 310,205 mil metros quadrados de escritórios comerciais, distribuídos em 19 empreendimentos, de acordo com a Binswanger. Na região, os edifícios corporativos mais recentes chegaram ao mercado no segundo trimestre de 2023. Estão previstas mais duas torres do Ebpark, que vão representar incremento de 45 mil metros quadrados de área. Mas, por enquanto, a vacância da região tem caído a cada nova contratação de áreas.
Os escritórios da Barra Funda são ocupados, principalmente, por inquilinos dos setores de telecomunicações, tecnologia e finanças. A Teleperformance lidera o ranking das locatárias da região, com 27,819 mil metros quadrados locados, seguida pela Concentrix, com 8,031 mil metros quadrados alugados, e pelo Santander, com 5,670 mil metros quadrados.
*Simone Santos é sócia-diretora da Binswanger Brazil
