Recuperação do mercado corporativo e aumento da demanda reforçam o apetite por FIIs de lajes
Por Vinicius Alves
A queda da vacância e a valorização dos aluguéis de escritórios corporativos em São Paulo vêm reforçando a recuperação do segmento de lajes corporativas, um dos mais impactados pela pandemia.
Segundo levantamento da Binswanger Brazil, a taxa de vacância caiu para 15,2% no terceiro trimestre de 2025, o menor nível desde o pré-pandemia da Covid-19, enquanto o preço médio de locação atingiu R$ 118 por metro quadrado, ante R$ 116,38 no segundo trimestre.
Para efeito de comparação, o valor médio por metro quadrado ficou em R$ 92,80 em 2022, R$ 104,20 em 2023 e R$ 115,26 no ano passado, de acordo com a consultoria.
“Desde 2023, porém, o indicador está em queda, refletindo o aumento gradual da presença dos funcionários nos escritórios das empresas. À medida que a vacância cai, os valores pedidos pelo aluguel de áreas avança”, diz a Binswanger.
O movimento beneficia diretamente os fundos imobiliários de escritórios (FIIs de lajes corporativos), que já vinham mostrando melhora nos indicadores de ocupação e renda.
De acordo com o relatório de FIIs de escritório do Itaú BBA (1S25), quando se foca no grupo das regiões premium da cidade — Itaim Bibi, Faria Lima, JK, Vila Olímpia e Paulista — o cenário é ainda mais positivo. Nessas áreas, a vacância recuou de 9,6% para 9,2%, impulsionada pela ausência de novas entregas e por uma absorção líquida positiva de 7,1 mil m².
O Itaú BBA também destaca uma retomada nas regiões secundárias da capital paulista, beneficiadas pelo escoamento da demanda dos polos premium, o que tem reduzido vacância e elevado os preços pedidos de locação, como observado no estudo da Binswanger do 3T25.
Top 10 ocupantes dos escritórios em SP. Foto: Binswanger.
Segundo a Binswanger, o setor financeiro segue como o principal inquilino de escritórios em São Paulo, com mais de 1 milhão de metros quadrados locados, seguido pela indústria (617 mil m²) e tecnologia e telecom (562 mil m²).
