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Setor industrial perdeu participação como ocupante de galpões no Nordeste, mas fatia deve voltar a crescer

Por Simone Santos*

A ocupação de galpões na região Nordeste passou por importante modificação nos últimos anos, com perda da participação do setor industrial e aumento da fatia de empresas de transporte e logística, segundo levantamento da Binswanger Brasil. Mas já há sinais de retomada do aumento da demanda industrial por esses empreendimentos imobiliários, por exemplo, por parte de empresas ligadas à cadeia de energia renovável e de startups de tecnologia.

A chegada da BYD – montadora chinesa investida pela Berkshire Hathaway, de Warren Buffett – à Camaçari (BA), no terreno onde funcionou fábrica da Ford, contribuirá para o crescimento da procura por fornecedores da indústria automotiva por galpões. A montadora Stellanis tem investimentos em curso em Pernambuco. No setor de petróleo e gás, a Petrobras retomará as obras da Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco, e a Noxis Energy terá refinaria no Ceará.

Ao mesmo tempo em que existem diversas sinalizações de que a demanda industrial por galpões voltará a ganhar corpo, as contratações de áreas para armazenagem e distribuição continuarão a se expandir, ainda que esse crescimento possa ter ritmo menor do que o dos últimos anos.

O grupo pernambucano Federal Energia, de distribuição de combustíveis, por exemplo, anunciou investimento de R$ 150 milhões para erguer condomínio logístico de 90 mil metros quadrados em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. Localizado a 15 quilômetros do Aeroporto Internacional dos Guararapes e a 25 quilômetros do Porto de Suape, o empreendimento funcionará como posto de “last mile” para varejistas.

Em 2016, indústrias de bens de consumo eram as principais ocupantes dos galpões no Nordeste. No ano passado, os empreendimentos se destinavam, principalmente, a transporte e logística. O crescimento do comércio eletrônico, impulsionado pela pandemia de covid-19, explica parte da mudança observada desde 2020, mas pesou também a queda da participação da indústria na economia da região.

Empresas de alimentos, bebidas e fumo lideravam o ranking de setores ocupantes de galpões, no Nordeste, em 2016, com 38.951 metros quadrados contratados. Em seguida, vinha o segmento de transportes e logística, com 15.606 metros quadrados, e o de varejo, com 11.104 metros quadrados. No ano passado, a composição era bem diferente, com transportes e logística na primeira colocação, com 757.787 metros quadrados. Em segundo lugar, ficou o varejo, com 483.374 metros quadrados e, em terceiro, a internet, com 365.949 metros quadrados.

Considerando-se as empresas contratantes de espaços, Unilever Brasil era a principal, em 2016, com 36.860 metros quadrados, seguida por Makro Atacadista (11.104 metros quadrados) e por Ciat – Centro Integrado de Armazenagem e Transporte (6.240 metros quadrados), de acordo com a pesquisa da Binswanger. Em 2023, lideravam a ocupação a Amazon (196.400 metros quadrados), Lojas Americanas (101.000 metros quadrados) e Mercado Livre (94.403 metros quadrados).

Atualmente, o Nordeste responde por 12,45% do estoque nacional de galpões, fatia que se limitava a 0,41% em 2016, mas vale lembrar que a região ainda tem desafios relacionados à infraestrutura.

Em 2024, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) fará 19 leilões de arrendamentos portuários, no país, que devem atrair investimentos de até R$ 11,7 bilhões, segundo reportagem do Valor Econômico. Desse total, R$ 59,8 milhões são esperados para o leilão de quatro terminais para movimentação de arroz, fertilizante, soja, milho e malte do Porto do Recife, previsto para este mês.

Em outubro do ano passado, o ministério de portos e Aeroportos e o governo de Pernambuco autorizaram a criação de mais um terminal no Porto de Suape, que possibilitará a duplicação da capacidade do local. O aporte previsto é de R$ 1,6 bilhão.

Em Alcântara, no Maranhão, a GPM (Grão-Pará Multimodal) está desenvolvendo um terminal portuário.

Nos últimos anos, o agronegócio é o setor que mais cresce, no Nordeste, com expansão da área plantada e aumento da produtividade. Em 2023, a produção de grãos aumentou 8,6% na região. Isso tende a se reverter em crescimento de demanda do setor por galpões.

O Nordeste tem o menor Produto Interno Bruto (PIB) per capita do Brasil e respondeu por 13,6% da soma das riquezas produzidas pelo país de 2002 a 2020. Segundo projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a região terá crescimento anual de 3,4% de 2025 a 2033 – maior taxa de expansão esperada para a economia do país para o período.

 

*Simone Santos é sócia-diretora da Binswanger Brazil

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